A experiência do intercambista Fellipe Tavares com o curso de Oceanografia na Austrália


Primeiros passos para o intercâmbio (Austrália)

Eu sempre quis morar e estudar fora do país por um tempo. Quando o Ciência sem Fronteiras começou a enviar estudantes para as universidades estrangeiras, eu fiquei muito animado e logo depois comecei a estudar para o Toefl (prova para avaliar o nível de inglês para fins acadêmicos)Em setembro de 2013, eu fiz o Toefl e em janeiro de 2014, me inscrevi para o edital aberto para vir à Austrália no segundo semestre desse mesmo ano.
Fui selecionado para a University of Queensland (UQ), uma das 100 melhores universidades do mundo e a terceira melhor da Austrália. Fiquei muito feliz com a escolha, tanto pela reconhecida excelência como pela localização da mesma.

A Universidade

A universidade é gigantesca, praticamente uma cidadezinha. Mais de 40.000 estudantes! São cerca de 100 prédios, tem áreas gramadas onde podemos relaxar e um lago muito bonito, várias quadras e complexos esportivos, praças de alimentação, bibliotecas com muitos computadores (algumas disponíveis 24h para os estudantes), gráficas, lojas e por aí vai. É fantástico, depois de quase um ano eu ainda consigo descobrir novos lugares!

Foto da Universidade


Great Court, na UQ
 (Foto Arquivo Pessoal)


As aulas

As aulas são um pouco diferentes da UERJ. Podemos pegar apenas 4 matérias por semestre, logo a carga horária é bem menor (em torno de 15 a 20 horas por semana). Temos lectures, que são as aulas mais para abordagem de conteúdo (que são gravadas e ficam disponíveis online!), e os tutoriais, as aulas práticas com roteiro ensinando a usar um programa relevante para o curso ou como realizar uma certa análise de dados, por exemplo. E toda matéria costuma ter pelo menos um assignment, uma avaliação ou projeto escrito além das provas – logo, escrever bem em inglês é fundamental!

A Cultura

Fora os estudos, a universidade oferece uma variedade absurda de atividades. São quase 200 clubes, sociedades e associações de temas que abrangem desde esportes até religiões, incluindo jogos de videogame, dança, estudantes de intercâmbio ou latino-americanos, jardinagem, xadrez, engajamento político e sustentabilidade. Após uma extensa pesquisa, me associei a alguns desses clubes, me diverti bastante em alguns eventos e conheci gente do mundo todo!
Esse é um detalhe fantástico de estudar na UQ e morar na Austrália: essa enorme mistura cultural! Há muitos asiáticos, europeus, e até mesmo os latinos tem se tornado cada vez mais presentes. Cada um com seu sotaque, hábitos, comportamento e crenças vivendo juntos. Eu não estava esperando por isso e aprendi muito com todos eles. Quanto aos australianos... Bem, acredito que foi o povo que menos conheci hahaha. Mas costumam ser simpáticos e gentis, exceto quando não entendemos o inglês australiano!

Fotos de uma parte da cultura


Having fun with kangaroos
(Foto Arquivo Pessoal)

 Noite de Natal conhecendo a Sydney Opera House
(Foto Arquivo Pessoal)


A escolha do País

Eu escolhi Austrália porque sabia que era um país muito bonito, repleto de paisagens naturais únicas e coerente com o meu curso (Oceanografia). Queensland é o estado no Nordeste da Austrália e estou morando em sua capital, Brisbane. As temperaturas e o clima são bem mais agradáveis do que Sydney e Melbourne, por exemplo, que ficam bem mais ao Sul. Outra enorme vantagem de morar aqui é a proximidade de ótimos lugares para visitar: Byron Bay, Gold Coast e Noosa na costa, as ilhas Stradbroke, Moreton e Fraser, parques nacionais no interior.

Brisbane fica no meio da costa leste da Austrália, logo estamos não muito longe da Grande Barreira de Corais nem dos estados do Sul, mais conhecidos internacionalmente. Viajar por aqui é bem tranquilo: as passagens são acessíveis e as cidades costumam ter hostels e às vezes até camping. Já viajei para uma ilha na Grande Barreira (viagem de campo da UQ!), Tasmânia, Sydney, Great Ocean Road, Melbourne, Western Australia.


Fotos das paisagens


Encarando neve pela primeira vez na Tasmânia
(Foto Arquivo Pessoal)

Azul da cor do mar australiano
(Foto Arquivo Pessoal)

No paraíso chamado Heron Island
(Foto Arquivo Pessoal)

As praias da Austrália são realmente incríveis
(Foto Arquivo Pessoal)
                                                                                              

                Vista do Springbroke National Park
(Foto Arquivo Pessoal)
                                                                                               


Com amigos em Pinnacles, na roadtrip por Western 
Austrália
   (Foto Arquivo Pessoal)

Capital - Brisbane

Brisbane é uma cidade bem menor que o Rio de Janeiro e isso foi uma experiência interessante para mim. Não ter os frequentes engarrafamentos, o estresse de se atrasar ou problemas com violência foi ótimo. Existem ciclovias por toda a região central, um transporte público bastante eficiente, parques para fazer um churrasco e passar a tarde, também um centro comercial bem desenvolvido e alguns night clubs e pubs. O único ponto negativo é que muitos estabelecimentos fecham mais cedo que no Rio e demoramos para nos acostumar com isso!

Foto Brisbane
Vista de Brisbane no Mount Coot-thaS
(Foto Arquivo Pessoal)


Enfim, acredito que vir para cá com o Ciência sem Fronteiras foi uma das melhores decisões da minha vida! Uma oportunidade sem igual para os meus estudos e minha carreira. Retorno em julho desse ano e estou muito feliz de ter recebido essa bolsa de estudos, tenho acumulado bastante conhecimento tanto dentro como fora da universidade, me possibilitando ver novas possibilidades para o meu futuro. Também desejo e tenho certeza de que podemos atingir tal nível de excelência no Brasil. Espero poder contribuir para que isso aconteça!


Texto enviado por Fellipe Tavares

6 comentários:

  1. Olá, estou no 3º ano do EM. e ainda não decidi qual carreira seguir, se possível poderia responder as perguntas abaixo? Obrigada .
    1) Você já terminou o curso?
    2) Pensa em ficar por ai mesmo?
    3) Como está o mercado de trabalho aqui no Brasil?

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  2. Oi Amanda,
    1) Não, mas estou no último semestre já!
    2) Por enquanto sim, tentar uma vaga em empresas e descobrir essa área ainda não explorada por mim. Não penso em seguir pós graduação no momento (e isso é uma decisão bem pessoal), mas penso em voltar para a UQ e trabalhar com o Project Manta.
    3) Tem se demonstrado pouco atraente a meu ver, com poucas opções fora das universidades. Continua havendo algumas vagas divulgadas e poucos concursos, mas numa frequência mais baixa. Porém, tenho conversado com amigos de vários cursos e parece que o mercado tem estado difícil para quase todo mundo!

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  3. Oi, eu passei na UFPA esse ano, sou completamente apaixonado por esse curso, porém creio que o mercado de trabalho não seja tão bom. Você pode me explicar um pouco mais ?

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Oiê já se passou três anos depois da sua postagem, como estão as coisas agora? O mercado de trabalho melhorou. Você acha que a Austrália é o melhor lugar para se trabalhar nessa área ou indicaria outros países também? Como o Brasil se destaca nesses momento?
    Agradecería pela resposta.

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